ESCOLHAS

Na primeira publicação nesse site falei da alegria de viver e do meu medo de crescer que logo foi desmistificado. Para falar desses sentimentos quanto a vida usei a palavra PRAZER, que me pareceu muito apropriada no momento em que estava escrevendo e refletindo sobre as minhas lembranças.
Continuando nesse mesmo raciocínio, falarei agora sobre a escolha da minha profissão, PEDAGOGIA, mais um prazer para a minha existência.
Contudo, para explicar o porque dessa opção em ser educadora, não posso deixar de relatar um pouquinha da minha história, sendo ela responsável por tal escolha.
Falarei resumidamente, pois tenho muita coisa para contar e se eu não me controlar, ficarei aqui igual a uma tagarela falando sem parar e você vai acabar se cançando de mim. Então, por favor, não canse, juro que tentarei ser breve.
Vamos lá!
O meu contato com a educação vem muito antes de eu entrar na escola ou cursar pedagogia. Vem de berço, da minha família onde a maioria das mulheres são ou foram educadoras, inclusive a minha mãe. Poderia até de dizer que faz parte da minha genética! Litralmente!
Desde muito pequena acompanhei a minha mãe em seu camilhar como professora e até mesmo como estudante do 2º grau magistério. Presenciei a sua luta de mulher-malabarista, estudando, trabalhando e cuidando dos seus dois filhos que somos eu e o meu irmão-amado, Halley. Além de ter que dar conta da casa e do marido, meu pai, Marian Kowalski, que sempre muito machista não aceiva com bons olhos a dedicação dela ao trabalho ao invés dele e dos filhos, mas, apesar da contradição não deixou de ser um homem maravilhoso e adminirável. Te amo papi!
Vivíamos todos na fazendo, lugar onde eu cresci e ao qual não esquecerei jamais, quanto ao seu fim é também uma longa história (se você tiver interesse em saber, pode perguntar que eu conto).
Minha mãe, após formada, passou a lecionar na zona rural, onde eram grandes as dificuldades. Lembro que as suas turmas de alunos eram multisseriadas. Haviam crianças de todas as idades e níveis de desenvolvimento em uma só sala. Eu, quando estava nessas escolas, ficava com a cabeça rodando, não entendia nada. Hoje, infelizmente, eu entendo, DESCASO DO GOVERNO EM ABSOLUTO.
Sobre o meu processo de letramento, também há algumas curiosidades. Meu pai era de nacionalidade alemã e aprendeu a escrever do jeito que falava. Eu também aprendi dessa forma, por exemplo, escrevendo casa com "z", ao com u, ou seja "au" e assim por diante. Na escola, a professora não entendia nem procurava entender e se irritava com os meus erros. Enquanto isso, pra encurtar a conversa, a minha mãe continuava atuando na área de educação onde se tornou diretora de uma escola da rede municipal e a qual foi aclamada como uma das melhores escolas dos municípios. Tudo isso, eu acompanhei, assim como acompanhei as dificuldades que ela enfrentava e vendo tantas dificuldades eu fiquei desestimulada, desetimulada! desestimulada? Hehehehe... deveria ficar, né? Hum, hum, isso não é verdade, a cada dificuldade que eu via a minha mãe enfrentar na escola que dirigia pela falta de estrutura, baixos salários dos professores etc, eu fui me interessando ainda mais. Digamos que tomei as dores da educação, tomei isso como uma missão ao qual eu deveria me comprometer.
Quando chegou a hora, eu não ponderei, escolhi a pedagogia, escolhi a educação.
Estou no 7º semestre agora e a cada dia que passa fico mais satisfeita com a minha decisão. Não por ser uma tarefa fácil, mas exatamente, por conhecer de perto os obstáculos a serem enfrentados. Por saber que ainda há muito o que se fazer pela educação, principalmente, pública e pelas milhões de crianças, jovens e adultos que anceiam por uma escola de qualidade, verdadeiramente democrática.
Fico ainda mais feliz em saber que transformação é possível.
A utopia, como muitos gostam de chamar, É POSSÍVEL!!!

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Sou aluna de graduação em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia e atualmente estou como bolsista de iniciação cientifica-CNPq, com o seguinte tema: "Os desafios na organização da educação básica na virada do século: autonomia e qualidade do ensino na escola pública".

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Esse é o meu blog.

Nele, pretendo fazer confidências sobre a minha vida acadêmica, não deixando a pessoalidade de lado. Faço isso, pois acredito que não existe neutralidade em nada que fazemos. Tudo depende das experiências que adquirimos durante o nosso percurso no mundo, das estradas que andamos e pessoas que nos marcam deixando um pouco de si, levando um pouco de nós.

A importância desse blog, vai depender, principalmente de vc, dando opiniões e discordando das idéias colocadas aqui quando julgar necessário.

Um abraço e lá vamos nós.

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